Uma nova foto do telescópio Hubble
mostra a beleza da estrela variável V 372 Orionis, na Nebulosa de Orion. Esta estrela é jovem, e brilha de forma irregular
V 372 Orionis, uma estrela variável bastante brilhante, aparece em uma nova imagem capturada pelo telescópio Hubble. Divulgada nesta sexta-feira (27) pela Agência Espacial Europeia, a foto a mostra junto de uma estrela vizinha menor. Ambas estão localizadas no interior da Nebulosa de Órion, uma grande região de formação estelar.
A imagem foi produzida a partir de dados das câmeras Advanced Camera for Surveys e Wide Field Camera 3, que capturaram a luz em comprimentos de onda do infravermelho e luz visível. Ao uni-los, eles revelam detalhes fascinantes desta região da nebulosa.
A estrela variável
V 372 Orionis é do tipo "Variável de Órion". Isso significa que ela é uma estrela jovem e, digamos, "temperamental", e demonstra seu comportamento para os astrônomos como variações irregulares em sua luminosidade.
Normalmente, as estrelas variáveis de Órion estão associadas a nebulosas difusas. Isso se aplica também para a V 372 Orionis, que aparece aqui envolta por uma nuvem de gás e poeira da nebulosa
que abriga ela e sua vizinha, ambas a cerca de 1.450 anos-luz da Terra.
Outra característica interessante da foto está nas pontas brilhantes das estrelas na foto. Elas são como uma assinatura do Hubble: estes artefatos vêm das interações entre a luz das estrelas e os sistemas internos do telescópio e, assim, revelam um pouco da estrutura dele.
As estrelas aparecem com quatro pontas porque foram criadas a partir de quatro "palhetas", que sustentam o espelho secundário do Hubble. Já as estrelas observadas pelo telescópio James Webb aparecem com seis pontas, formadas pelos segmentos hexagonais dos espelhos dele e a estrutura de três partes, que sustenta o espelho secundário.
O Relógio do Fim do Mundo — do inglês Doomsday Clock — também pode ser chamado de Relógio do Juízo Final ou Relógio do Apocalipse. Trata-se de uma iniciativa criada no final dos anos 1940, quando a ameaça de uma guerra nuclear surgiu no mundo, para servir como um indicativo de que o colapso da humanidade pode estar próximo.
Após a detonação das duas bombas nucleares em Hiroshima e Nagasaki, no Japão, cientistas e especialistas em segurança global criaram o relógio como uma metáfora para indicar a proximidade de uma catástrofe mundial inevitável. A meia-noite do relógio indicaria a chegada deste momento irreversível.
O que é o Doomsday Clock
Em 1945, a organização Bulletin of Atomic Scientists foi criada pelo biofísico Eugene Rabinovitch, contando com o apoio de cientistas respeitados, como os físicos Albert Einstein, J. Robbert Oppenheimer (líder do Projeto Manhattan, considerado o pai da bomba atômica) e Max Born (cujo tranalho foi fundamental ao desenvolvimento da mecânica quântica).
Dois anos depois, o grupo criou o Relógio do Fim do Mundo no contexto de uma corrida armamentista iminente, após o final da Segunda Guerra Mundial, à medida em que Estados Unidos, União Soviética e outros países investiam em tecnologia nuclear com fins militares.
Por dois anos, o Relógio do Fim do mundo permaneceu parado no seu horário inicial: faltando sete minutos para a meia-noite. Foi em 1949, quando a URSS fez seu primeiro teste de uma bomba nuclear, que ele avançou em três minutos, registrando o horário de 23:54.
O relógio possui um simbolismo forte, mostrando para a população global a necessidade urgente da tomada de medidas desarmamentistas. Mas o Doomsday Clock considera, além do risco de uma guerra nuclear, diversos outros fatores que podem levar a humanidade ao “colapso total.”
Entre esses fatores, estão hoje a crise climática, doenças infecciosas, biossegurança e “tecnologias disruptivas” — exemplo deste último item é a disseminação desenfreada de fake news dos anos mais recentes.
A cada ano, um comitê do Bulletin of Atomic Scientist se reúne em janeiro para atualizar o horário, avançando, voltando “no tempo” ou permanecendo com os ponteiros parados. Tudo depende dos acontecimentos globais do ano anterior.
Em 2023, o relógio alcançou seu horário mais próximo da meia-noite, ficando em 23:58:30, noventa segundos antes do momento que marcaria o início do fim da nossa sociedade. O mais distante que ele já esteve das 00h foi em 1991, ano que marcou o fim da Guerra Fria e o fim da União Soviética.
Milagros Soto, de 12 anos, foi a terceira vítima do desafio; outras duas crianças morreram em 2021
Rede social, além de dancinhas, tem desafios mortais
Foto: NeoFeed
Todo mundo sabe que o TikTok está cheio de dancinhas e trends, no entanto, elas nem sempre são boas. Uma menina de 12 anos, chamada Milagros Soto, morreu ao tentar fazer o “desafio do apagão” que viralizou na rede social e que, para espanto de muitos, consiste em se enforcar usando um cinto ou cadarço até perder a consciência.
O caso aconteceu na sexta-feira (13), na cidade de Capitán Bermúdez, província de Santa Fé, na Argentina. Mas essa não foi a primeira vez que o desafio gerou mortes: a mesma situação ocorreu em 2021 na Itália e no Chile.
A morte está sendo investigada pelo Ministério Público de Acusação argentino, que explicou a trend para o jornal La Nación. O desafio mortal requer que o usuário transmita a ação ao vivo na plataforma, se a pessoa conseguir, ela “avança no jogo”.
"Nesse caso, não deu certo e a menor morreu na tentativa", disse um porta-voz.
Uma tia da adolescente compartilhou a tristeza da família no Facebook e pediu que internautas se conscientizassem sobre os perigos da internet.
Outros desafios mortais
O mesmo desafio aconteceu na cidade de Palermo, na Itália, no começo de 2021. Na época, uma menina de dez anos morreu tentando fazer a trend. Promotores aumentaram a fiscalização sobre o uso de plataformas de mídia social por crianças e chegaram a bloquear todas as contas italianas na ocasião.
Naquele mesmo ano, um menino de 12 anos morreu no Chile após cumprir o desafio mortal. Ele foi encontrado sem vida em seu quarto.
Pesquisadores instalaram o dispositivo infravermelho no topo de uma montanha na Suíça
Entender a formação dos raios pode nos ajudar a evitar os danos causados por eles
Foto: Canaltech
Parece coisa de ficção científica, mas não é. Na busca de proteção contra raios, um grupo de pesquisa internacional, liderado pelo físico Aurélien Houard, do Institut Polytechnique de Paris, em Palaiseau, na França, realizou um experimento no topo de uma montanha para desviar a rota de um raio com ajuda de um laser. Os resultados foram relatados na revista científica Nature Photonics, nesta segunda-feira (16).
Atualmente, a tecnologia mais utilizada para a proteção desses fenômenos é o clássico para-raios — um poste de metal com metros de comprimento fincado no chão. A condutividade do metal atrai raios que, de outra forma, poderiam atingir prédios ou pessoas próximas, e alimenta essa eletricidade com segurança na terra. Mas a área protegida por um para-raios é limitada pela altura do bastão.
Portanto, "se você deseja proteger uma grande infraestrutura, como um aeroporto ou uma plataforma de lançamento de foguetes ou um parque eólico, um poste de metal tão alto seria impraticável", disse Houard.
Laser condutor
Pensando nisso, a equipe desenvolveu um um laser que poderia chegar muito longe, interceptando relâmpagos distantes e conduzindo-os até hastes de metal terrestres. A equipe de pesquisa montou o dispositivo de alta potência perto de uma torre de telecomunicações com um pára-raios na ponta que é atingido por um raio mais ou menos 100 vezes por ano.
Depois, os cientistas ajustaram o laser para formar um caminho eletricamente condutor logo acima da ponta da torre — isso permitiu que o pára-raios da torre interceptasse um raio preso pelo laser antes que ele descesse até o equipamento.
Torre de comunicação e caminho do laser
Foto: Divulgação
A torre foi atingida por um raio quatro vezes enquanto o laser estava ligado. De acordo com a pesquisa e as imagens, relâmpagos desceram das nuvens e seguiram a luz do laser por cerca de 50 metros em direção ao para-raios da torre.
Segundo a equipe, disparar laser ioniza as moléculas de ar (reação química) para produzir um canal de gás cujas moléculas tiveram seus elétrons arrancados, chamado de plasma.
Esse canal permite que a descarga elétrica percorra livrimente e leve a uma longa cadeia chamada filamentos no céu, em que as moléculas de ar esquentam rapidamente e se afastam em velocidades altíssimas, deixando um canal de ar (plasma) ionizado de baixa densidade.
Esses canais, que duram milissegundos, são mais condutores de eletricidade do que o ar circundante e, portanto, formam um caminho mais fácil para o raio seguir.
A equipe avalia que este é um primeiro passo em direção a um para-raios de alcance quilométrico.
O observatório Solar Dynamics, da NASA, registrou uma explosão solar intensa. Estes fenômenos podem afetar sinais de navegação, redes elétricas e mais
Uma explosão solar intensa ocorreu na quinta-feira (5), sendo registrada pelo observatório Solar Dynamics, da NASA. Segundo a agência espacial, o pico do fenômeno em nosso astro aconteceu às 21h57, no horário de Brasília.
Foto: NASA/SDO / Canaltech
A explosão recebeu a classificação X1.2, ou seja, foi um fenômeno relativamente fraco na classe X, que inclui os mais intensos. O Solar Dynamics registrou o evento na luz ultravioleta extrema, destacando as altas temperaturas das emissões do Sol.
Esta explosão solar emitiu plasma extremamente aquecido, que se manteve sobre a mancha solar AR3182 por cerca de uma hora. Esta mancha solar é também responsável pela
ejeção de massa coronal
ocorrida recentemente.
Como o nome indica, as explosões solares são emissões energéticas poderosas. Elas, junto das erupções solares, conseguem afetar sistemas de comunicação por rádio, infraestrutura elétrica, sinais de navegação e mais. Também podem colocar em risco astronautas e veículos espaciais.
Os raios X e luz ultravioleta extrema, liberados pelo fenômeno, levaram apenas alguns minutos para alcançar nosso planeta. Depois, a radiação ionizou a camada atmosférica superior da Terra, causando um breve blecaute de ondas de rádio no oceano Pacífico sul.
O fenômeno faz parte do aumento da atividade solar enquanto nosso astro segue rumo ao máximo solar, o momento de maior atividade em seu ciclo de 11 anos. No momento, o Sol está em seu 25º ciclo, e sua atividade deve continuar crescendo até 2025.